Zona de vácuo quântico

Tive algumas conversas recentemente com uma pessoa recém-chegada na minha vida que me fizeram refletir sobre coisas aqui e acolá. Numa delas falamos sobre como é difícil definir um gatilho específico pra certos sentimentos, tipo aquela raiva cega que te faz gritar mais alto que os cabelos. Noutra conversa, essa tivemos hoje, esta pessoa me disse que quando o dia se aproxima das 18:15 (isto é, em estações amenas. Façam as conversões para o Verão e/ou Inverno se quiserem.) e o céu encorpora um aspecto azul incerto lhe sobe um misto de agonia e desespero inexplicável. "Não é bem pelo tom do céu, pelo fim do dia ou pelo começo da noite. É mais pela transições de cenários. Engraçado, eu havia me esquecido disso até termos essa conversa agora." 

Esta pessoa e eu temos alguma bagagem de coincidências na vida, a mais impressionante sendo que estávamos numa festa subversiva e independente que rolou num fundo de quintal de Bangu. Há seis anos. E não tínhamos qualquer contato ou amigos em comum, até onde sabemos, que poderiam ter feito essa ponte. Voltamos a nos esbarrar, se é que houve algum lá, em algum momento do último outono quando passamos a trabalhar no mesmo lugar. Desde então temos conversado um bom bocado. Confesso que fazia tempo que não me animava a conversar com alguém assim, a leveza e o fluxo do papo me cairam muito bem até agora.

Engraçado, o relato dessa pessoa do céu de 18:15 me fez lembrar de um pensamento bobo que tive outro dia. Os dias que têm o céu mais bonito são aqueles com poucas nuvens, só um borrão espaçado aqui e ali entre os azuis. E, nesses dias, o céu parece tão distante.

Oi, nem vi você chegar!

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