Meu inimigo

Vamos pular as cerimônias de reencontro e ignorar o fato de que estou há mais tempo do que deveria sem movimentar esse site. Meu período letivo dá os últimos suspiros de vida nessa semana, se tudo correr bem já na próxima estarei livre de 2020 cronologicamente e pedagogicamente. Acho que uma boa métrica pra saber se aproveitei bem ou não o período é a falta que fará. Sinto que realmente me esforcei tanto a estar presente nas aulas, não só como um número ou bit mas interagindo, quanto a estudar as matérias dadas. Ok, essa última parte foi um pouco atrapalhada pelo tempo e pela minha humanidade mas ainda sim não foi de se desprezar. O ponto é, estou começando a sentir falta das aulas que ainda não acabaram.

Para ser sincero, eu tomo isso como um defeito além de métrica. Nem sempre remoer o passado e cultivar a saudade dá bons frutos. Mas afinal é como meu pai diz: o plantio é opcional, a colheita é obrigatória. Aliás hoje, mais precisamente ontem, é seu aniversário. Feliz aniversário, pai.

Além dos estudos, este semestre me serviu pra atestar uma coisa: como as pessoas não sabem a diferença entre introvertido e extrovertido. Acredito que metade - certamente mais que a metade mas prefiro supor pelo limite inferior - dos meus... - uma pausa aqui pra pensar se os defino como ex-colegas de classe ou quase-ex-colegas de classe - bom, metade das outras pessoas que assistiam as mesmas aulas que eu devem me tomar por extrovertido. Assumindo uma perspectiva outra, consigo entender o ponto de vista. Mal sabem eles, imagino, que é apenas uma atuação. Uma persona que atuo. O eu-estudante. A pessoa que se prontifica a ligar a câmera e responder o docente, mesmo no acaso do erro, só pra fazer-lhe companhia. Veja bem, esta persona que utilizo não me representa fora das salas de aula (digitais). 

E isso me pôs a pensar: será que a pessoa fora das aulas não é persona de outro ponto vista dentro de mim? Existe algum eu essencialmente verdadeiro? Como posso me entregar a outrem sem saber quem ou como sou enquanto ser? 

De qualquer forma, estou quase de férias.

Comentários

  1. Acabei voltando aqui pra reler.
    Eu vejo dessa forma: cada pessoa te enxerga pela própria perspectiva, então pensando assim existem várias versões de você, uma em cada mente de quem já te conheceu. Mas você também é você pelos seus próprios olhos. E no final o 'eu' é todas essas versões e nenhuma. Acho que o que a eu de agora quer dizer é que só dá pra saber realmente quem se é quando se está sendo. Tentar juntar os pedacinhos do 'eu' só acaba me confundindo mais.

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